sexta-feira, 4 de abril de 2014

A importância da coleção Vaga-lume na formação de novos leitores


A importância da coleção Vaga-lume na formação de novos leitores

No dia 2 de abril se comemora o Dia Internacional do Livro Infantojuvenil, e o SaraivaConteúdo resolveu lembrar dessa data falando de uma das coleções infantojuvenis de maior sucesso aqui no Brasil: a série Vaga-lume, da Editora Ática. Sem exagero, é possível afirmar que os livros que a compõem marcaram gerações e seguem fazendo sucesso até hoje.
De acordo com Carla Bitelli, editora de livros juvenis da Editora Ática, ela foi criada em 1972 com o objetivo de oferecer literatura de qualidade para o público juvenil e, assim, promover o gosto pela leitura. A profissional ainda acrescenta que são obras ideais para crianças e jovens que buscam aventuras literárias. 
Para isso, os originais passam por uma avaliação de qualidade, que também verifica a adequação da narrativa à proposta da série. “Além disso, já aconteceu de convidarmos autores conhecidos por obras de outros gêneros ou voltadas a outros públicos para escrever. Foi o caso do Marcos Rey, que antes de O Mistério do Cinco Estrelas era mais conhecido por seus textos adultos”.
Com um total de 91 títulos, a coleção abrange a série Vaga-lume, com 69 livros, e a Vaga-lume Jr., com 22. Dentre as obras do primeiro grupo, as mais vendidas no ano de 2013 foram A Ilha Perdida, O Escaravelho do Diabo, Açúcar Amargo, Deu a Louca no Tempo e A Turma da Rua Quinze.
“Com livros como A Ilha Perdida e O Escaravelho do Diabo, sempre assinados por escritores brasileiros, os jovens das décadas de 1970 e 1980 puderam se reconhecer profundamente nos personagens e nas narrativas de aventuras contemporâneas a eles. Isso certamente marcou toda uma geração de leitores”, relata a editora de livros juvenis da Editora Ática.
E mesmo passados 42 anos, houve poucas mudanças ao longo de todo esse tempo, mantendo as características mais marcantes da coleção. “Desde o seu lançamento, a série passou por quatro reformulações, mas a maioria dos livros ainda hoje tem a mesma ilustração de capa da já clássica primeira edição”, ressalta Carla.
FORMANDO LEITORES
“Comecei a ler a série a partir de um trabalho de escola sobre o livro A Ilha Perdida, quando eu tinha 10 anos. Junto com ele veio um encarte mostrando outros títulos e, a partir daí, tive o interessei em ler vários outros. Devo ter lido uns 20 livros da coleção Vaga-lume”, conta Daniel Ogando, coordenador de produtos.
Como grande fã da série, ele diz que é difícil escolher um favorito. “Mas me lembro que um dos mais marcantes foi O Mistério do Cinco Estrelas. Identifiquei-me com o personagem principal, pois era apenas um garoto enfrentando bandidos perigosos. Eu me imaginava sendo esse protagonista e ficava ansioso a cada página para conhecer o desfecho da história!”.
Para Daniel, essa e outras obras não só o apresentaram ao mundo da leitura, mas também o aprimoraram como leitor. “De tanto ler os livros, pude identificar algumas diferenças de estilos entre os autores, inclusive pude eleger o meu favorito, o que, para um garoto de 10, 11 anos na época, era algo raro de se ver. Era comum elegermos um jogo de videogame favorito, não um escritor. Estou falado de Marcos Rey. Curtia demais os livros dele!”.
A engenheira civil Juliana Fillol tem certeza de que a coleção contribuiu para o seu amor pela leitura. As obras chegaram a ela como “herança”. “Meus primos, que eram mais velhos, tinham a série completa, e ganhei vários títulos. Os que mais me recordo são A Turma da Rua Quinze, o meu favorito, e As Aventuras de Xisto, o primeiro que li”.
Já Conrado Caetano Ferraz, chefe de cartório eleitoral, lembra-se de uma situação engraçada. “Ao terminar de ler um livro da coleção - não me recordo ao certo se foi Menino de Asas ou Os Barcos de Papel -, levei-o para a minha professora de português na escola. Ela gostou bastante e resolveu passá-lo para a classe como leitura didática. Como meus colegas não estavam acostumados a ler livros assim, fui alvo da raiva de alguns durante um tempo, mas adorei!”.
Sobre a importância da série para a sua formação como leitor, ele afirma: “Foi o primeiro contato que tive com uma leitura menos infantil, juntamente com os livros do Sítio do Pica-pau Amarelo de Monteiro Lobato. Depois disso, nunca mais parei de ler! Não tenho um título predileto. Gostei de vários, de Os Passageiros do Futuro até O Escaravelho do Diabo”.
A fisioterapeuta Silvana Caravaggi, que tem entre seus favoritos os títulos de aventura e mistério escritos por Marcos Rey, assim como Daniel, tem uma história curiosa. “Em uma Bienal do Livro em São Paulo, Marcos Rey estava dando autógrafos e, ao conhecê-lo, surpreendi-me ao ver um senhor com certa dificuldade para escrever. Nenhuma semelhança com o que eu imaginava, pois pensava nos personagens que ele criava. Um senhor simpático e que aumentou ainda mais a minha vontade de ler tudo o que ele escrevia”.
Realmente a coleção Vaga-lume faz parte da memória afetiva de muitas pessoas que têm um carinho especial pelos livros que a compõem. Além disso, a série tem um papel fundamental na formação de novos leitores. E você, faz parte desse grupo? Conte suas lembranças sobre a série também.


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